Questionado sobre o quanto nossa empresa teria de desembolsar para ter os direitos sobre o clube, ele afirmou que a relação entre clubes e Eletronic Arts vai muito além dos polpudos valores pagos pela empresa americana. Quando perguntei o que deveríamos fazer para conseguir os mesmos direitos o sujeito do outro lado do telefone se disse ocupado e desligou na minha cara ao melhor estilo Cazé Peçanha da época do Teleguiado MTV, a falecida.
Após saber que o Arsenal havia decidido não renovar sua exclusividade com a EA, tentei contato com o clube usando os mesmos argumentos e approach utilizados com o Tottenham, a secretária de Charles Allen, diretor de marketing do clube (maior rival do Tottenham) agendou um horário para amanhã, para que eu (na verdade meu sócio, Alain Toinard) pudesse apresentar o projeto da Premier Division FC ao clube e discutir valores, que para as plataformas que desejamos são bem pequenos, menores do que imaginávamos. Questionei sobre a possibilidade de ter uma licença parecida com a da EA, a moça do outro lado da linha afirmou que Arsenal FC e EA tinham pendências que só Allen poderia me explicar.
Mais um pouco de pesquisa, descobri que o Manchester City não renovará sua licença após a expiração em 2014 e o Chelsea também já afirmou não mais manter o interesse de ficar “preso” a Eletronic Arts.É cedo para comemorar, mas é um passo na direção dos clubes perceberem que tem mais a perder do que a ganhar sendo escravos da EA. Manchester United, Bayern de Munique e Schalke 04 tiveram propostas milionárias da EA, mas decidiram não ceder. Parabéns a todos, mesmo que Arsenal, Manchester City e Chelsea não venham a acertar com a Konami (coisa que ela está tentando) agora ou para Pro Evolution Soccer 2015, já era hora de perceberem que essa parceria com a EA só beneficia a ela.
Quem acompanha o blog sabe que estamos desenvolvendo um game chamado Premier Division Football Club em versões para PC, Android e iPads. Num futuro próximo, se houver investidores mais robustos e crentes em nosso projeto, quem sabe ganhar também os consoles, embora muitos apostem na extinção deles em poucos anos. Um investidor atual do projeto, profundo conhecedor do mercado reafirma a tese, em que a própria Konami e outras desenvolvedoras como Ubisoft e Activision acreditam que os consoles estão com os dias contados.
PC com configurações cada vez mais potentes e mais baratos podem tornar a experiência gamer muito mais realista, escalável e multiplataforma. Criar um game que “rode” em Windows, Linux, Android e dispositivos Apple valem muito mais a pena do que pagar fortunas para ter seus títulos no XBOX One e no Playstation 4. Faz todo o sentido! Na entrevista a revista EDGE em Março, o próprio Kei Masuda já desacreditava do futuro de games em consoles, por isso a vontade dele e da PES Productions em fazer de Pro Evolution Soccer um produto funcional em aparelhos mobile, além dos velhos consoles.
A razão também é (principalmente) financeira, o lucro de desenvolvedores de conteúdo para aparelhos mobile é muito maior que para consoles. O investimento também é muito menor, e com resultado iguais em termos de qualidade.
Enfim, espero ter de Allen algumas respostas, sem passar do limite do sigiloso, o que compreendo, mas não nego que ver grandes clubes ingleses dando uma banana para a EA deixou meu dia feliz.
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