Ainda não dá para julgar Pro Evolution Soccer 2014 em muitos de seus pontos críticos: uma interface mais bonita, um cuidado maior com a Master League e com o Rumo ao Estrelato, a dificuldade em entender que mais espaço para os usuários criarem suas próprias ligas e competições supriria a ausência da Barclays Premier League e da Bundesliga, entre outros pormenores.

2º Playtest de Pro Evolution Soccer 2014 (Alfa Demo, Argentina 29/07)
O que temos em mãos é a “Alfa Demo” de Pro Evolution Soccer 2014 ainda com Santos X Bayern de Munique (clubes) e Italianos X Alemães (Seleções) duelando pela bola e pelos espaços do campo.
Conceitos como o HEART e a suposta IA mais avançada ainda são um mistério para o jogador, mas o que mais importa no momento e que incomoda o velho fã de PES é a lentidão do jogo. Pensado de modo a dar aos gamers mais tempo para analisar as opções de jogadas, quem está acostumado com os velhos comandos rápidos de PES se irrita com a demora no domínio, giro e no tempo que demora o apertar do botão e a conclusão.
A aceleração e redução da velocidade dos jogadores confunde um pouco, por isso, errei diversos lançamentos no início do jogo (é meu primeiro playtest) é necessário descobrir com muito treinamento quanto tempo cada jogador leva para atingir sua velocidade máxima e quanto tempo leva por exemplo para frear, cortar um zagueiro e finalizar para o gol.
Para suprir informações e tirar dúvidas, o sistema (novo) de colisão de PES parece muito mais trabalho da Havok do que da Fox Engine. No duelo jogador mais forte contra o mais fraco fisicamente, só se dá bem o mais franzino se souber posicionar seu tronco numa posição de defesa que não o torne presa fácil em divididas. Mas se IA dos jogadores ainda é razão para dúvidas, o ID de cada um não. Balotelli tem bom sprint e chute forte mas sofre no duelo com um defensor mais leve e rápido. O alemão Hummels não perdeu uma dividida ou duelo sequer contra o Super Mario.
Buffon é um caso a parte na hora de fechar o ângulo do chute, mas Neuer é mais efetivo em reposição de bola, bolas aéreas e chutes de média e longa distância, embora tendo os chutes curvados, fortes e rasteiros o seu ponto fraco.
Confesso ter errado demais nas duas primeiras partidas e cheguei a me irritar um pouco com essas inovações de descobertas. Agora é possível tentar evitar o drible lateral do atacante saltando com o goleiro em suas pernas (cometendo pênalti as vezes); mas também é fácil levar dois ou três cortes ágeis e não conseguir se levantar a tempo para impedir a finalização do atacante.
Mas uma vez que você aprenda o timing do jogo, tudo faz sentido, mas como o velho fã de PES lidará com essa dificuldade? O jogo passa muito tempo duelado no meio de campo pois basta acertar um bom esquema defensivo que a tarefa de invadir a meta alheia beira o impossível. Por quatro ou cinco vezes tentei desesperadamente passar pela marcação de Arouca e Dracena com o hábil Robben mas a sobra de Dracena como líbero sempre me obrigava a recuar a bola para Lahm e tentar recomeçar a jogada.
Neymar claramente é superior a todos os outros presentes no campo e impressiona de maneira absurda a perfeição com que seus movimentos são retratados. Dos jogadores em campo, o volume da torcida sobe de maneira intensa quando ele, Robben, Ribéry ou Montillo pegam na bola. O 10 do Peixe e sempre convocável da Seleção Argentina distribui passes precisos e no duelo de corpo com os defensores sempre leva vantagem pois sabe proteger a bola tão bem quanto Ribéry o faz do lado do Bayern.
Finalizo a quarta partida enfim com uma vitória de 3X1 sobre o Bayern com o último gol sendo uma falta cobrada a perfeição por Marcos Assunção. Aliás, um erro ainda não corrigido pela KONAMI pois batedores de falta PRO obtém quase 100% de eficiência no acerto do gol. Um pouco de treino e curvatura ideal da bola e haverá um show de gols de falta.
Há a opção de adiantar a barreira mas o árbitro pode lhe punir por isso. Com o controle manual do goleiro a possibilidade de se defender dos batedores PRO aumentam mas ainda assim é difícil vencê-los. As bolinhas que indicam a trajetória da bola podem ser desligadas com o uso do L2.
Finalizada a quinta partida (5 minutos cada) perco de 1X0 e tenho a ligeira sensação de que PES 2014 é um FIFA melhorado com a grife KONAMI. Quase tudo na mecânica do game lembra FIFA, dos choques, trombadas, comemorações customizadas, reações e posicionamento dos goleiros, tudo remete aquilo que a EA produziu pela metade e é como se a KONAMI tivesse optado por melhorar ou corrigir as falhas de sua concorrente ao invés de criar um jogo do zero.
Quem joga FIFA há muito tempo como eu (assim como PES) percebe que detalhes que só quem joga FIFA conhece, estão presentes em PES 2014.
De volta a cancha começo uma partida agora com o Bayern e mesmo sem ter ainda testado Barcelona, Real ou PSG, fica claro que o time bávaro é o time a ser batido em PES 2014. Justiça com o melhor time da atualidade mas longe da covardia que era representada pelos gigantes espanhóis em Pro Evolution Soccer 2013.
Um ponto bastante importante a ser destacado é a vasta quantidade de opções na hora de armar sua equipe, algo que demandará um certo tempo do jogador até se acostumar aos novos controles. A barra de energia (stamina) mostra a hora certa de substituir o jogador já exausto ou com algum tipo de contusão ou deficiência.
Se pudesse dar um conselho a todos, diria para que abusem dos treinos antes de tentar uma trajetória vitoriosa na Master League. Pro Evolution Soccer 2014 não lembra em nada seus antecessores e como os fãs do modo mais arcade do que simulator do game da KONAMI vai encarar essas mudanças é uma interrogação que só o tempo esclarecerá.
Acho injusto por meio de um playtest de menos de duas horas rankear PES 2014, mas se isso é necessário, diria que 8,5 ou 9 é uma nota mais do que justa. Era hora de Pro Evolution Soccer mudar e a KONAMI mudou. Com o game completo e todos os seus modos de jogo em mãos teremos uma noção melhor e mais fiel para darmos uma nota final, que tem tudo para ser uma nota dez com louvor.
Saudações aos amigos brasileiros e sem dúvida, se nós argentinos e outros países latino-americanos fomos contemplados com mais atenção neste ano, a KONAMI certamente pensou o jogo com a cabeça dos brasileiros pois há tantas referências e homenagens ao Brasil no game que fica bastante claro que a KONAMI trata vosso país com grande deferência.